2018 | Separated Land Series | Home | Passevite Lisboa PT

Aqui, chegamos aos lugares da memória, reencontramos os objectos familiares. Espaço de partilhas, de conforto e segurança. Lugar próprio, de todos, singular e absoluto. Lugar íntimo e cúmplice, onde os objectos tem vidas dentro, em cima, à volta. Onde a mão, sem reserva, percorre as superfícies da lembrança, tateia as nervuras dos tecidos, os vernizes da madeira, o segredos das teclas e soltando sorrisos de outrora e confissões de verão, se entrega e encontra.

Aqui vivem os amigos, sempre. À mesa, à fogueira, numa pedra do jardim, rabiscam-se os planos para o Sol, desenham-se os mapas da Lua; do chão vê-se o Tempo inteiro de todas as coisas, ouvem-se os rumores das estrelas e as Histórias secretas do Homem.

Daqui partimos, sem sair; chegamos, sempre que encontramos. 

Silêncio doce.

Fernando Gaspar

 

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Gallery

 

Separated Land / Terra Separada é uma série de trabalhos repletos de ausências e de procuras: um mapeamento de movimentações, de sentidos, de sentimentos, de separações. Entre interrupções e migrações, surge uma espécie de não-lugar/lugar-nenhum que se torna o nosso lugar, num terreno incerto sem direcções. 

Na procura de um refúgio, encontramos HOME, uma casa vazia, povoada de afectos texturados, de músicas sem sons, de teclas à espera de serem tocadas. É aqui que procuramos um local para pousar as malas, abafar o ruído do mundo, abraçar o silêncio tanto da solidão como de uma(s) outra(s) presença(s).
Uma casa que, antes de ser física, é um estado de espírito, é um palácio mental – o local onde armazenamos as memórias em gavetas, onde nos deitamos com o passado a sonhar com o futuro, onde nos projectamos no universo enquanto repousamos no sofá.
É nesta casa, um lugar comum que se desdobra em muitos lugares totalmente opostos e singulares, que nos revemos e onde nos transbordamos, para cabermos dentro dessas paredes 

que encerram o que somos, o que queremos ser, os nossos receios, os nossos interesses, as coisas de que nos rodeamos quando não estamos sós.
Este lugar singular (re)torna a um lugar comum quando abrimos as portas e recebemos (outras) pessoas e (outros) afectos que cultivamos: é neste convívio que surgem ideias e histórias, numa criatividade partilhada, ou apenas numa amena cavaqueira. 

HOME is where the heart is, a casa é onde está o coração. Tudo o resto é mobília. 

Marta Espiridião 

 

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