2017 | Separated Land IV | Galeria São Mamede, Lisboa PT

 

Num labor mais respirado, sereno, as imagens vão passando à tela; amaciada, sem grão marcante, afagada como ao calcário para a gravura; útero das camadas que se depositam, uma a uma, como o sedimento no fundo de um rio. São transparentes, em negro marfim, castanho crú, uma a uma, adensando e aliviando. Quase flamengo, o cuidar, o semear dos pigmentos sombrios pela equação da máquina. Pela monástica maneira de conter o som, turbilhão polifónico e ressonante, que invade o corpo como água que sobe na maré e que é cor e transparência, significado e teor. Secreta formula para o caminho, viagem ao nadir, ao dentro mistério, sagrado e silencioso. E, nesta outra dimensão do lugar, os alinhamentos cortam e separam; ou unem e tecem a chave que define a matéria, a enigmática origem do tempo. 

Fernando Gaspar

 

Works

Making Of

Gallery

 

Descarregar PDF